10.4.07

Lisboa



Tinha saudades da luz de Lisboa e da calma de Ourém.
Muitas saudades dos amigos, da comida da minha mãe, de um bom vinho português, do queijo de azeitão com pão alentejano e da "bica".
Tinha saudades do meu bairro, da minha rua, de subir e descer as ruas, de ver o eléctrico passar, de me sentar ao sol no Jardim do Príncipe Real e de passear pelo Chiado.
Há muitas coisas das quais não tinha saudades e que me continuam a revoltar e a deixar a lágrima no olho, das quais prefiro não falar, porque gosto de sonhar que um dia o meu país vai ser melhor, porque quero acreditar que tem tudo para o ser.
Espero um dia poder ajudar a mudar.

1 comentário:

Anónimo disse...

Lisboa...

No castelo, ponho um cotovelo
Em Alfama, descanso o olhar
E assim desfaz-se o novelo
De azul e mar
À ribeira encosto a cabeça
A almofada, na cama do Tejo
Com lençóis bordados à pressa
Na cambraia de um beijo

Lisboa menina e moça, menina
Da luz que meus olhos vêem tão pura
Teus seios são as colinas, varina
Pregão que me traz à porta, ternura
Cidade a ponto luz bordada
Toalha à beira mar estendida
Lisboa menina e moça, amada
Cidade mulher da minha vida

No terreiro eu passo por ti
Mas da graça eu vejo-te nua
Quando um pombo te olha, sorri
És mulher da rua
E no bairro mais alto do sonho
Ponho o fado que soube inventar
Aguardente de vida e medronho
Que me faz cantar